Idosa morre por infarto e filho acusa médico do Samu de negligência após ele sugerir que mulher poderia estar bêbada

O cabeleireiro Jocevaldo Ferreira Soares, de 51 anos, morador do bairro de Massaranduba, em Salvador, perdeu a mãe no dia 19 de janeiro, vítima de um infarto, e acusa um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de negligência, por ele não ter enviado uma ambulância para socorrer a mulher quando ela passou mal em casa. Além disso, enquanto falava com Jocevaldo no telefone, quando ele ligou para pedir socorro para a mãe, o médico sugeriu que a idosa poderia estar bêbada. Jocevaldo gravou com o celular a ligação que fez para o Samu no dia em que a mãe, Dulce Ferreira do Sacramento, precisou de ajuda. No áudio, que tem pouco mais de 6 minutos, Jocevaldo primeiro conversa com uma atendente e explica a situação.
Em seguida a atendente passa a ligação para o médico, que se identificou como Vítor. “Ele começou a fazer perguntas repetidas, e eu disse que minha mãe precisava de urgência. Ele se exaltou, sugeriu que minha mãe pudesse estar bêbada e disse que se eu não me acalmasse não iria mandar nenhuma ambulância”, afirmou. Com pressa para socorrer a mãe, Jocevaldo diz que pegou a idosa e colocou no carro do irmão, e a levou para a UPA de São Marcos, mas ela já chegou na unidade sem vida.

“Ela estava na casa dela quando começou a passar mal, por volta das 6h. Meu irmão chegou aqui em casa desesperado para falar que ela tinha desmaiado. Ela estava desfalecendo, e eu peguei o celular e liguei para o Samu. Meu celular tem um aplicativo que grava ligações automaticamente. E aí aconteceu isso”, relatou. Jocevaldo diz que a mãe já tinha se queixado anteriormente de dores no peito esquerdo e cansaço, mas afirma que um exame que ela fez não indicou nenhum problema. Ele disse que só divulgou o caso agora, porque antes estava muito abalado. "Não quero que isso venha a acontecer com outra pessoa. Foi um descaso, uma situação confrangedora", afirma


Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) afirmou que "a conduta do profissional do Samu está fora do atendimento preconizado pelo órgão". A secretaria ainda destacou que a coordenação do Samu tomou conhecimento do fato no mesmo dia da ocorrência, através do próprio médico envolvido no episódio, que relatou o ocorrido. A SMS também informou que o profissional nunca apresentou qualquer conduta irregular e que é um colaborador dedicado ao Samu. A nota é finalizada, afirmando que o profissional advertido, afastado e passou por uma oficina sobre os protocolos padrões de assistência de urgência e emergência com foco no atendimento humanizado à população. Após esta etapa, ele poderá retornar às atividades. (G1 Bahia)

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